Houston, às cegas, MAYDAY, MAYDAY, MAYDAY..
Nem preciso dizer que aqui está cheio de spoilers do filme, não é? Então siga por sua conta e risco.
Primeiro, vou prestar um serviço
público: não comprem comida para acompanhar o filme.
Das duas uma: ou você vai comer
tanto por causa da tensão do filme que ao final, não vai conseguir levantar da
cadeira ou você não vai conseguir comer por causa da tensão e ao final do
filme, vai ver seu saco de pipoca ainda cheio. Escute quem já passou por isso
ao assistir esse filme.
Segundo, eu fui assistir esse
filme porque o trailer é agonizante. Me imaginei à deriva no espaço e não
gostei. E também fiquei curiosa para saber como que eles conseguiram manter um
filme em que se passa somente no espaço e com somente uma pessoa. Desafiador a
ponto de ser a maior decepção de bilheteria ou um grande sucesso.
Sim, o filme se passa somente e
somente no espaço. Ele não começa com algumas cenas da Ryan Stone aqui no planeta mostrando como era a vida dela ou o que aconteceu na Terra quando o acidente
com míssil aconteceu e como se repercutiu a história aqui na Terra. É somente o
acidente e em como os sobreviventes se comportaram.
Sobreviventes? Então...
Gravidade já começa com a
doutora Stone mexendo no telescópio Hubble, ela desenvolveu um sistema que
melhoraria o telescópio e a NASA pediu para que a própria doutora colocasse em
funcionamento o que ela inventou em troca de fundos para as pesquisas dela.
Então, Ryan Stone não era uma astronauta, ela passou por treinamentos para
conseguir ficar por um pouco mais de uma semana no espaço. A missão seguia
dentro dos conformes, tanto que todos no espaço (cerca de 5 astronautas
incluindo a doutora) e ‘Houston’ já estavam cansados das histórias de Matt, “Lembro
de uma vez no carnaval de 1987 que eu conheci essa garota [...]”, coisas do
tipo e o querer dele quebrar o recorde de passeio no espaço, visto que essa era
a ultima vez que ele ia para lá. Aposentadoria estava chegando. Mas algo
aconteceu. Os russos enviaram um míssil para destruir um dos satélites (espião,
eu acho) e os destroços deles formaram uma nuvem rápida e mortal que seguiam na
direção da estação espacial americana.

A partir desse momento, em que a
doutora se viu sozinha no espaço, é que nós começamos a ver a garra que ela tem,
uma pessoa inexperiente que enfrente grandes desafios sozinha. Ela enfrenta
novamente outra nuvem de destroços, visto que a 1h30min já passou. Enfrenta incêndio.
Enfrenta o medo. Tenho, sou obrigada, eu devo reconhecer a ótima atuação de
Sandra Bullock que incrivelmente conseguiu passar todos os sentimentos da
doutora. Quem nasceu para ser atriz, nasceu, não é?

Mas o tempo passa e Ryan perde as esperanças de voltar para
a Terra, então decide se matar ao diminuir o oxigênio da capsula. E quais são
uma das consequências da baixa oxigenação juntamente com o cansaço? Alucinações. Eu, assim como todos,
pensei que Matt de alguma maneira louca e surreal realmente tinha sobrevivido e
achado a doutora naquela capsula. Ele
disse palavras que incentivaram a doutora a não desistir, inclusive, a como
fazer funcionar aquela capsula que estava sem combustível. E foi em seguida que
teve a cena mais emocionante que 7 entre 10 pessoas que assistiram ficaram com
o coração na mão. Foi a cena em que Ryan volta a tentar fazer funcionar
enquanto falava sobre a filha dela, sobre os sapatos vermelhos e que era para
Matt avisar para a garotinha. “Pousar é o mesmo que lançar” é a frase que não
saiu da minha cabeça durante o resto daquela tarde, talvez porque ela seja a
frase reviravolta do filme.

A doutora pousa em um lago, o que é muita sorte, pois se
pousasse na terra, a chance de acontecer uma explosão seria enorme, visto que o
painel da capsula começou a faiscar desde que entrara na atmosfera. A emoção
que Sandra Bullock consegue transmitir quando finalmente sente areia e a
gravidade fazendo seu efeito é incrível, deve ter sido um grande desafio para a
atriz interpretar uma pessoa que ficaria nessas condições. Provavelmente esse é o motivo de eu estar tão cheia de elogios para a atriz. Lembra quando disse que o filme somente mostra o espaço?
Então, ele acaba justamente quando a doutora consegue ficar em pé e começa a
caminhar pela praia. Pronto. Acabou. Não tem mais nada. Não mostra o que a
doutora fez a seguir, em nenhum momento mostra a reação de ‘Houston’, nada,
nada, isso foi o que mais me impressionou. Eles conseguiram fazer um filme interessante
que se passa somente no espaço. O 3D do
filme? É ótimo, eles souberam muito bem como usar, tanto que na sala do cinema eu via pessoas se esquivando dos
destroços de satélites e estações espaciais. Ok, eu também era uma delas.
Classificação: 12 anos
Atores principais: Sandra Bullock e George Clooney.
Sinopse: Matt Kowalski é um astronauta experiente que está em
missão de conserto ao telescópio Hubble juntamente com a doutora Ryan Stone.
Ambos são surpreendidos por uma chuva de destroços decorrente da destruição de
um satélite por um míssil russo, que faz com que sejam jogados no espaço
sideral. Sem qualquer apoio da base terrestre da NASA, eles precisam encontrar
um meio de sobreviver em meio a um ambiente completamente inóspito para a vida
humana.
Curiosidades:
- Quem primeiramente foi escalada para o papel da doutora Stone foi a atriz Angelina Jolie, porém, ela decidiu não continuar. Depois de vários testes com atrizes (inclusive Natalie Portman), Sandra Bullock foi a escolhida.
- E quem ficaria com o papel do experiente astronauta Matt, seria o ator Robert Downey Jr., porém não participou por causa de seu estilo de atuação que não era o que a produção requeria.
- Foi desenvolvido um sistema de cabos (automático e manual) que davam a impressão de flutuação.
- James Cameron disse que Gravidade foi o melhor filme sobre espaço que já foi produzido.
Aquela garota que ama conversar sobre séries. Sério. E ela tem a incrível habilidade de criar as mais loucas teorias quando se envolve com alguma delas. As primeiras séries que assistiu foram Xena e Caçadora de Relíquias na Record aos 10 anos e desde então sua watchlist apenas aumenta. Banco de Séries e Twitter. |