"Salvando a sua vida."
Para mim, séries policiais só servem para passar tempo e não seguir religiosamente, como CSI - e todos os seus derivados e The Closer.
The Blacklist entrou na minha grade de séries por motivos de James Spader, apenas.
Sou apaixonada pelo trabalho desse ator, quando fiquei sabendo que ele seria protagonista dessa trama, óbvio que coloquei prioridade em assistir essa série, sem expectativas, apenas esperando o melhor de James Spader e talvez, uma boa série.
Humildemente, declaro que essa de longe, para mim, é a melhor estréia da temporada. Ouso mais, melhor estréia nos últimos 5 anos. The Blacklist é uma série policial com um plot original, instigante e repleto de mistério, com pequenos detalhes que vimos em algum filme ou série, entretanto com um elenco 80% desconhecido e um nome principal forte, é uma série que arrisca e consegue.
Sinto que é uma serie que sempre irá nos apresentar um novo caso a cada episódios, mas entrelaçado a ele, um enredo secundário que cerca os principais personagens, e é isso que nos instiga a seguir roendo as unhas de curiosidade.
Se tem algo que eu amo em The Blacklist é que você pode esperar tudo, ser surpreendido, levar uma sambada na sua cara e ficar ansioso por mais. Na minha cabeça, The Blacklist é a continuação do filme Salt com Angelina Jolie, sendo que apenas em alguns pequenos detalhes, como a trama que cerca a protagonista e o antagonista, se você assiste a série, você sabe onde quero chegar.
Raymond ‘Red’ Reddigton é um antagonista forte, que mexe com você, cheio de segredos/enigmas, complexo, forte, interessante, sedutor sem precisar de charme, te faz torcer por ele, sem peso na consciência; a protagonista é uma das melhores personagens de uma série policial que eu já tenha assistido, até agora. Ela é forte, decidida, impulsiva, faz a linha apática, mas no fundo, sente e muito por tudo e todos, e o principal: é misteriosa.
Nesses 02 últimos episódios a série não perdeu o seu nível em nenhum instante, diferente de algumas séries que tenho assistido que tem apresentado certa instabilidade em seus roteiros - aka SHIELD cof cof cof - mantendo estabilidade em seu roteiro, no desenvolvimento de todos os seus personagens e instigando a um próximo episódio, coisa rara hoje em dia em uma série policial.
Assistimos a trama explorar temas policiais distintos e enredos secundários que estão sendo explorados com cuidado, como as investigações de Elizabeth Keen em relação ao seu marido, Tom Keen, como podemos acreditar que ele seja um inimigo quando é um marido tão bom? Mas como dizem, o mal se disfarça do que menos esperamos; o motivo para Red querer trabalhar diretamente com Keen: qual é a relação deles? O que ele deseja dela? Ou melhor, existe uma conspiração maior? Aqui entra a minha teoria Salt: será que eles não se conhecem? Ela sabe bem quem ele é e o que quer, o está ajudando para um propósito de ambos. Ou melhor, ele a conhece e ela não se lembra? O que daria um belo cliffhanger ao fim de uma temporada. Talvez, ele seja o pai dela, pelo menos, é nisso que o roteiro tem se encaminhado. Temos também a cicatriz de Elizabeth, que é do mesmo tamanho que o desenho na caixa que escondia os passaportes, dinheiro e arma de Tom. Por fim, vemos que o chefe e colega de trabalho, Harold Cooper e Donald Ressler – personagem que me afeiçoei e muito – estão com os olhos bem abertos sobre Keen desconfiando até quando ela espirra.
Todos esses enredos secundários estão se encaminhando para a evolução da série.
Um mais atrelado ao outro.
Tem coisa mais perfeita do que uma série que sabe ligar pontas? Sim, quando ela liga pontas e deixa algumas abertas para todos os tipos de possibilidades, e isso, The Blacklist consegue.
’Wujing’ foi um episódio muito bom.
O assisti de madrugada, o que torna qualquer série cansativa, mas adivinhe? Não consegui despregar os olhos da televisão, querendo saber o que aconteceria a seguir.
Em um resumo, foi um episódio intenso, ágil e de continuidade. Começa com uma Elizabeth querendo saber mais sobre o passado obscuro de Tom, seu marido que está se recuperando do ataque que sofrera no episódio piloto. Ela consegue levar uma das balas da arma dele para um teste de balística, ao fim do episódio, descobrimos que é um caso confidencial, o que só torna tudo pior para Elizabeth. Ela poderia suportar um assassinato? Talvez, mas algo que o FBI classifica como confidencial? O que Tom fez de tão mirabolante? O que Red sabe sobre isso? Ou, melhor, o que Tom sabe sobre Red e Elizabeth?
Com o resultado, vemos Harold e Donald em uma conversa, revelando as suas desconfianças em relação a Elizabeth e o interesse de Red nela. Eles estão como nós, às cegas. Elizabeth é apenas uma principiante, porque um homem do calibre de Red iria querer ter essa ligação direta com ela? Conhecimento ou conspiração?
Quando você pensa que a vida de Elizabeth não poderia piorar, um grupo desconhecido invade sua casa, a mando de um senhor que come uma maça displicentemente, e observávamos eles colocarem um sistema de vigilância na casa dela. Bizarro e perturbador, principalmente quando o final do episódio foca uma Elizabeth ao centro de tudo, apática e deslocada de sua vida cotidiana, sendo observada por olhos desconhecidos, sem saber.
Tirando essas revelações e descobertas, ‘Wujing’ foi um episódio de interação, podemos ver mais de Red e Lizzie, o que é sempre bem vindo, principalmente aquela cena final com respostas tão significativas, mas cheias de enigmas, bem típicas de Red. Vimos interação entre Donald e a agente Meera Malik – interpretada pela sempre apática Parminder Nagra. Gosto muito de Donald, seu ator Diego Klattenhoff sabe o que faz, trabalhou em Homeland como Mike Faber e agora está conseguindo um papel de maior destaque, espero bons frutos de Donald.
Aproveito para dizer que Wujing foi um vilão muito bem vindo, adorei o ator e sua interação com Red, Lizzie e sua equipe, mesmo ele tendo sido preso ao final, fico na esperança que ele consiga fugir de algum modo, ou melhor, que tenha que ser libertado para ajudar em algum caso, no melhor estilo Wo Fat de Hawaii Five 0.
’The Stewmaker’, para mim, foi o melhor episódio até o momento, isso porque só tivemos ótimos episódios apresentados.
Entretanto, esse teve uma construção perfeita de roteiro, interpretação e cliffhanger.
Fantástico como o roteiro desenrolou toda a situação envolvendo o caso antigo de Keen, o criminoso Lorca, que acabou por se tornar em uma outra situação, um bem mais perigoso e longe do que Keen está acostumada. Ataques de bandidos, explosões de helicópteros e um desenrolar inesperado.
Um dos nomes da Lista Negra de Red, o Stewmaker, um mercenário que é pago para desaparecer com pessoas de um modo peculiar e impossível de ser detectado. Uma dessas pessoas é uma testemunha de Lorca, que com certeza, o prenderia indeterminadamente na cadeia. Conseguindo resolver o que lhe foi mandado eliminar essa testemunha, ele acaba recebendo um outro nome em sua lista: Elizabeth Keen.
Vou contar algo, amo esse tipo de personagem mentalmente distorcido, Stewmaker é complexo, meticuloso e frio, mesmo assim, tem atitudes humanas peculiares que nos leva a crer – e a Keen e Reddington – que no fundo, ele só quer parar de matar. Ele se adapta ao nosso mundo, mas vive no dele, acreditando que o que ele faz é a ordem natural das coisas.
Elizabeth passa por maus bocados nesse episódio.
Depois de um inicio calmo, sua mente atolada de problemas e um júri a comparecer, ela não poderia nem sonhar que sua vida iria dar o triplo twister carpado que havia dado.
O seqüestro, a sua esperteza tentando compreender a mente de seu provável assassino, além do mais, ela é uma profiler, seu trabalho é esse, ler a mente dos criminosos.
Ela ali, sentada no meio do nada, com um homem metódico, preparando seu banho da morte.
Quase poético, se não fosse sombrio.
O dialogo intenso entre ela e o Stewmaker me fez sentir no lugar dela, tentando compreendê-lo e utilizar a psicologia para conseguir ser libertada, mas não deu muito certo, ela teve que ser maliciosa quanto a isso. Paralelamente ver o FBI e Red tentando descobrir o paradeiro de Keen só aumentava a tensão do episódio. Enquanto o FBI a procura, pois ela é uma funcionária e esse é o trabalho deles, procurar seqüestrados, Red a procura porque ... não sabemos. Ele se coloca em risco, sem o auxilio do FBI para encontrá-la de seu modo por um motivo só seu.
Isso não é incrível? Ele precisa dela, sabemos disso, para o bem ou para mal, não sabemos e mesmo assim, torcemos que ele a encontre antes que o FBI.
Ela consegue fugir, toda ferrada e sedada, mas logo é encontrada no meio da floresta, o que a leva de volta para o albergue abandonado do Stewmaker, mas por pouco tempo. Entretanto, confesso que gritei quando vi que Red havia a encontrado antes que o FBI. Ao ver o afeto que ele tem ao vê-la viva, tocando sua cabeça, nos faz pensar: espere, ele se importa com ela mesmo.
Ele é ruim, um sociopata, mas que tem coração. Não é só trabalho.
Há sentimento ali.
O dialogo entre Red e um imóvel Stewmaker nos mostra a face obscura e vingativa de Red, por um segundo acreditamos que ele iria seguir o pensamento de Elizabeth, mas concordei com a decisão dele, além do mais, ela pode ser uma profiler, mas ele tem a mente de Stewmaker, ele o compreende melhor que qualquer um e sabe que barras de metais não irão o conter para sempre. Um dia ele voltaria e terminaria o que não conseguiu: dar um fim em Elizabeth.
É um pensamento heróico, ou talvez, ele tenha apenas o matado para ser um ‘inimigo’ a menos em sua blacklist.
Seguindo o modelo dos outros episódios, esse nos deixa com uma dúvida no ar, nos instigando a ver o próximo para saber o que diabos irá acontecer a seguir. Novamente, Red guarda uma carta na manga, no episódio passado eram número, no episódio de hoje uma foto de uma adolescente. Sua filha? Vou mais longe: Elizabeth? Ou só eu achei super estranho ele tirar a foto, olhar sentido, entregar o livro com as outras fotos a Elizabeth e depois declarar que ele consegue seguir sendo um monstro pois está salvando a vida dela? É, tô de olho aí.
Ainda descobrimos que que no dia do crime, que talvez Tom esteja envolvido, ele e Elizabeth tiveram uma viagem maravilhosa em Boston? Legal, talvez ela tenha até deixado de lado a possibilidade que ele fosse um criminoso e que tudo fosse uma mal entendido, mas com esse final, acho que a desconfiança retornou com tudo na mente de Keen, agora a pergunta é: será que ela está a salvo? Quando ela irá dividir isso com o FBI ou seu melhor aliado será Red? Muitas pergunta, mais enigmas e em breve, acredito que teremos as devidas respostas.
Se você não vê essa série, deveria, só acho isso.
Vale colocar na sua lista Red: Sério, coloquem a Parminder nessa listinha aí, não consigo gostar dela nem se for paga para isso. Ela parece sempre estar interpretando a mesma personagem. Desde E.R tenho um trauma envolvendo essa atriz que consegue ser uma das atrizes mais apáticas dessa geração, e por incrível que pareça, sua personagem sempre pega os personagens que eu gosto, é carma, só pode. Ou seja, prevejo ela pegando o Donald antes do episódio 08.
Vale gravar isso aí tio da maça: Só eu to shippando Elizabeth e Donald? O senhor Diego tem costume de fazer personagens com aptidão de amante – rá, não esqueci de você como Mike, em Homeland mesmo queridão – ou seja, não é difícil vê-lo com Elizabeth, além do mais, eles tem química, mesmo que eu adore ela com o marido, mas como é mais que certo que ele esteja do lado negro da força, vou apostar minhas fichas no bonitão do Donald.( Pensa como eu? Clica aí ao lado e aprecie a beleza do jovem rapaz.)
Vamos beber e comer caviar com o Tio Red: The Blacklist conseguiu uma temporada completa \o/
Escritora, publicada no site da Amazon/Kobo, professora, poliglota, Companion, Slytherin, Hobbit, Targaryen, Ms.Holmes e é casada com Mr.Darcy. Bang, that's me, mates. Me siga no twitter @MsBarbieHerdy |