11 de jan. de 2014

Maratona | Elementary • 1x02 - While You Were Sleeping
Bárbara Sobral11 de jan. de 2014


Tenha cuidado com esse seu grande coração.

Sábias palavras de Sherlock para a vitima da semana. Curioso é como essas palavras se encaixariam perfeitamente com as ações de Joan Watson.
Ela se entrega completamente ao seu trabalho de companion, cuidado, protegendo e auxiliando Holmes de todas as formas que estão sob seu alcance. Mesmo com Ty, o seu ex namorado que retornou a sua vida a pedido dos pais de Watson, lhe dizendo que ela não nasceu para aquilo, e sim, para fazer algo maior, voltar a ser cirurgiã.
O comprometimento de Watson é tanto que ela até deixa de lado um ‘encontro’ com Ty por causa de Holmes - e de sua mais nova missão.

Esse episódio seguiu o modelo do anterior.
Tivemos um pouco de tudo: um pouco da personalidade dos personagens, um ótimo caso sendo explorado com esperteza e cuidado, um pouquinho de piadas cômicas e alguns momentos interessantes.



O episódio inicia com uma Watson e Holmes numa das sessões do grupo de terapia, vemos uma Joan admirada pela coragem de um dos pacientes confessando seus vícios, sua batalha e o desejo de vencer. Holmes parece compenetrado na palestra, mas não é bem assim ... Após a revelação que Holmes tem sua maneira particular de escapar daquilo que ele considera ‘desnecessário’ e de sua explicação, quase cientifica rejeitada por Watson, sobre a ‘Teoria do Sotão’, o episódio inicia com um crime que tinha tudo para ser comum: um roubo, seguido de assalto. O capitão Gregson precisa dos seus melhores funcionários nesse caso, por isso chama Holmes e o Detetive Bell (Jon Michael Hill, que está ótimo como o implicante detetive.) aqui Bell serve como uma quebra: Gregson confia e acredita fielmente em Holmes, Bell com seu sarcasmo duvida da capacidade do consultor, tenta comprovar isso e fazer o seu trabalho.
Discordando com a análise de Bell sobre o caso, Holmes comprova mais uma vez que os detalhes levam a resposta, toda a cena no local do crime foi muito bem bolado, mostrando mais uma vez a genialidade do personagem, não só para nós, mas para Watson, o capitão e o novato detetive.
O armário até foi um pensamento lógico, teve uma proposta interessante para confundir o detetive, e criar a situação de rejeição com o consultor, mas o desodorante foi uma jogada de mestre. Quem desconfiaria que um cheiro poderia levar a um assassino?

Não demora muito para Holmes desenvolver uma teoria, indo em busca de sua comprovação, ele novamente entra em um embate com Detetive Bell. O Capitão fica do seu lado, o que deixa Bell bem irritado. A cena a seguir entre Holmes, Bell e Watson é bem interessante, nós somos levados a crer em uma coisa, ficamos até felizes por Holmes conseguir dar uma sambada na cara do chato Bell, então ele dá uma rasteira e dança frevo na cara de Holmes, deixando claro que agora o caso era dele, como o Capitão havia prometido.
Holmes acaba preso em uma teia de impossibilidades.
A sua acusada está em coma, com comprovações de Watson, é um coma verdadeiro, o que impossibilita a acusada de ser culpada.
Mas Holmes sempre encontra uma saída.


Irmãs gêmeas.
Uma jogada de mestre.
Uma em coma, a outra que fez o crime.
Mas novamente, não. Holmes estava errado – ou apenas vendo tudo por um ângulo errado. Esse caso começa a apontar algumas crises entre Holmes – e si mesmo – e na relação com Watson. Eles estão se acostumando com o convívio um do outro, as manias, a questão da privacidade e os cuidados de Watson com Holmes são pontos discutidos. Toda a seqüência envolvendo o violino – e o seu fim – é hilário, e foi bem bolado para mostrar que Holmes sempre vai ganhar em uma discussão, mesmo que seja colocando fogo nas coisas.
                           

Outro ponto importante do episódio é que Watson, não só está se acostumando com a vida, os costumes e Holmes como pessoa, como também está adentrando no universo do crime, ela só está na vida de Sherlock há uma semana, não só precisa se adaptar aos costumes dele, mas ao emprego atípico, precisando durante o episódio relembrá-lo da importância de sua presença ali como companion ou como Holmes a chama: assistente pessoal. Ela passa boa parte do episódio apontando que o emprego de Holmes o deixa estressado, que ele precisa de uma válvula de escape, como tocar violino – vide toda a cena envolvendo o violino – e que ir as palestras pode ajudá-lo a ver que ele não é o único com problemas, mas teimoso só como Holmes para ele palestras e violinos são informação em excesso aplicadas a sua ‘teoria do sótão’.

O uso do grupo de apoio como ajuda para Holmes desvendar o mistério daquele crime foi uma jogada de mestre, pois ele, sem perceber – ou percebendo porque ele é um gênio- colocou sua ‘teoria do sótão’ de lado, pegou aquelas informações que consideravam inúteis, e as utilizou ao seu favor, ligando os pontos faltantes do seu intrépido quebra cabeça.

Os últimos 10 minutos de episódio me deixaram a ponto de arrancar tufos de cabelo.
Toda a seqüência no hospital, com um explosivo Sherlock acusando a acusada de um futuro crime com raiva e selvageria me fez acreditar que Watson tinha razão, que ele está estressado e perdendo o controle para o vicio. Quando ele entrou em confronto com Bell fiquei grata, alguém precisava dar um soco nele e nada melhor que essa pessoa fosse Sherlock. Ele foi preso, o que me fez ficar mais desesperada, ao ver que outra vitima seria feita e nada Holmes poderia fazer. Então, TA-DA! Era tudo um plano de Sherlock para poder descobrir se sua desconfiança montada no grupo de apoio era verdade – e era.
Desde o principio, Holmes estava certo, ele apenas estava vendo tudo de um ponto de vista errado. Como eu disse, Holmes comprova que detalhes são tudo, teoria do sótão é verdade, mas que ponto de vista, sensibilidade e um pouco de teimosia pode levar a perfeição.

O final foi muito legal.
Adorei ver Holmes preferindo jantar com Watson, do que sair para beber uma cerveja com Gregson e Bell, infelizmente, o jantar não terminou com risadas, mas como disse lá em cima, o comprometimento de Watson teve seus frutos – ou não.
Eu sempre levo todas as ações de Holmes a outro extremo. Existe uma sensibilidade impar em suas atitudes. O que você pode achar que foi um ato de afeto de Holmes, na realidade, pode ser um ato manipulador, apenas para dar a Watson o que ela quer, e a Holmes o que ele quer: liberdade.

Então, o verdadeiro violino sobreviveu e mesmo com toda aquela ‘teoria do sótão’ ele se permitiu a voltar a tocar, como disse um ato de sensibilidade as palavras de Watson – ou outra coisa. O que isso quer dizer? Que ele confessou sem palavras que Watson tem razão com suas acusações? Holmes está se punindo pelo que aconteceu em Londres? Punição. Está aí algo extremamente humano ao qual Sherlock se colocaria em questão.
Mas outra pergunta surgiu em minha mente: o que diabos aconteceu em Londres? Definitivamente, foi algo além de um vicio em drogas, mas Watson – e nem nós sabemos disso.

Novos mistérios, um final sensível e interessante.
Que venha o 1x03 para desesperar - despedaçar e viciar - o meu coração.
Até, mates x

Se esse episódio pudesse ter outro nome, qual seria? AMÍDALA!

Notes de Holmes #1: Achei toda a ‘teoria do sótão’ extremamente interessante, plausível e compreensível com a mente de Holmes, ou vai dizer que não é assim que a mente de Sherlock realmente funciona? E a nossa? Parem para pensar? Quantas coisas temos de realmente importante em nossas mentes? E as inutilidades que achamos que é importante? Watson precisa rever alguns conceitos racionais.

Notes de uma Nerd #1: Eu quero o lenço do Holmes.

Notes de uma Nerd #2: Amei a abertura, criativa, bem produzida e a musiquinha não saí da cabeça :3
Bárbara Herdy Escritora, publicada no site da Amazon/Kobo, professora, poliglota, Companion, Slytherin, Hobbit, Targaryen, Ms.Holmes e é casada com Mr.Darcy. Bang, that's me, mates. Me siga no twitter @MsBarbieHerdy