Uma
garota rica que perdeu tudo, uma jovem que nunca teve nada na vida, um sonho
quase impossível... E um cavalo. E assim nasceu “2 Broke Girls”.
Tentando
não elogiar muito a série apenas por eu amá-la, posso basear meu primeiro
comentário em algo que alguns já devem ter percebido: A teoria dos opostos.
Não
entendeu? Pois veja como essa técnica pode ser clichê quando comparada a
outras séries mais antigas: Drake e Josh, Kenan e Kel, Two and a Half Men (Sim,
pois parte do seriado é baseado nas diferenças entre Charlie e Allan.), dentre
algumas outras. A base de 2 Broke Girls é exatamente a mesma: duas garotas
falidas tentando superar as diferenças e manter a amizade em um contexto
completamente comum na cidade de New York.
Mas
isso não quer dizer que o seriado fique para trás em algum quesito. Muito pelo
contrário: Como se o tivessem feito para compensar o uso da teoria citada
acima, há alguns pontos em 2 Broke Girls que fazem deste um seriado único.
Dentre eles, pode-se citar:
·
O grande ladrão - Caroline Channing, a loira
que acaba de empobrecer, teve um ótimo motivo para ficar sem nada: Seu pai.
Sim, isso mesmo que vocês leram. Caroline ficou sem nada quando seu pai, um dos
maiores ladrões (assaltantes, trambiqueiros, chamem do que quiser.) de New
York, foi finalmente pego pela polícia. E, como consequência, a loira perdeu
absolutamente tudo. Mas não fiquem tristes por ela. Afinal, caso o senhor Channing
não houvesse sido capturado, Caroline e Max jamais teriam se conhecido e várias
lições de vida (sejam elas sérias ou as bestas proporcionadas por Max) teriam
passado despercebidas pelos olhos da loira.
·
A loja de cupcakes caseiros da Max – Para
quem defende a história de que séries de comédia não possuem um objetivo final
para seus personagens, eu lamento informar que vocês estão perdendo tempo ao
não assistirem 2 Broke Girls. Além das típicas cenas onde a teoria já dita é
posta em prática – ei, eu disse que era clichê, não que era sem graça. -, há
algo que realmente deixa o seriado um pouco mais interessante: O fato de
Caroline e Max terem um sonho e de o mesmo ser o responsável por quase todas as
confusões em que a dupla se mete. Acompanhar os passos de duas pobretonas
lutando para conseguir sua própria loja de cupcakes nunca foi tão engraçado. E
isto nos leva ao próximo diferencial: O dinheiro.
·
A carteira de Max e Caroline – Este seja,
talvez, o ponto que mais atrai a minha atenção no seriado. Como o sonho das
duas garotas têm um preço (e eu realmente apoio o toque de realidade que
colocam neste ponto), tudo o que a dupla faz têm influência no dinheiro que
juntam para realizar o tal sonho. Ao final de cada episódio é apresentado ao
público quantos dólares a loira e a morena ainda possuem e, apesar de não
parecer quando é citado desta forma, é sempre emocionante ver o quão próximas –
ou não – Caroline e Max podem estar de conseguir o que querem.
Mas,
e se tratando dos personagens? Eles são cativantes? Engraçados?
Alguns
sim, e outros simplesmente irritam. Mas é claro que isso varia de gosto para
gosto. De repente, aquele dono de lanchonete irritante pode, para vocês, ser o
maior comediante de todos os tempos. Sem mais delongas, vamos falar sobre
alguns personagens:
·
Max Black (Kat Dennigs) – Em minha opinião, a
melhor personagem da série. Quem resiste à personalidade “Tô nem aí” de Max?
Enfatizando perfeitamente o oposto do que é Caroline Channing, Black não liga
muito para organização e ignora totalmente algumas obrigações de lei, como os
impostos (Sim, meus queridos, Max Black não paga os impostos.). Isso quando a
garota não acorda com o “pé esquerdo” e nos proporciona belas cenas de uma Max
revoltada e doida para socar alguém – o que acontece frequentemente.
·
Caroline Channing (Beth Behrs) – Como já
mencionado diversas vezes, esta representa todo o lado rosa e aveludado da
série. Mesmo depois de ter perdido tudo e ser obrigada a trabalhar na
lanchonete de Han – onde se passam boa parte das cenas -, Caroline não consegue
deixar seu sobrenome de lado. Valoriza a organização e a beleza, tanto a dela
como a do ambiente ao seu redor. Gosta de luxo, de conforto e de roupas e
acessórios de marcas famosas. Embora, após o início da série, ela tenha se
adaptado bem ao apartamento de Max, onde as duas vivem com o cavalo de
Caroline: Chestnut.
·
Oleg (Jonathan Kite) – Ao lado de Max e
Sophie, é um dos personagens mais engraçados em minha opinião. Completamente
tarado – me perdoem, não há outro adjetivo a ser usado com ele. – e escravo da
luxúria, não há como não rir com os frequentes comentários que Oleg lança para
as meninas.
·
Sophie (Jennifer Coolidge) – Em alguma parte
da primeira temporada ela se torna o par romântico de Oleg. E é claro que a
relação dos dois não é nem um pouco comum. Sophie vive no mesmo prédio de Max e
Caroline e é simplesmente fascinada pelo cupcakes de Max. Sua personalidade é
única a ponto de ser difícil descrevê-la, mas há três palavras que podem
definir as fases pela qual Sophie passa todos os dias: Autoritária, explosiva e
abusada (literalmente abusada. Ela escolheu sua própria mesa na lanchonete e
surta quando vê que alguém a está usando.). Mas há momentos em que a carência
toma conta de Sophie, e é quando o ciúme entra em cena que os momentos mais
engraçados da personagem surgem.
Por
motivos de “acho que está ficando longo demais”, estes serão os únicos
personagens que, até então, falarei sobre. Agora vamos para o que realmente
interessa: Os pontos positivos e os negativos.
·
Positivos – Porque assistir à “2 Broke
Girls”: Acho que, principalmente, por não ser a pior comédia do mundo. Para
entrar para o ramo das melhores certamente falta bastante “feijão com arroz”
ao roteiro, mas é algo divertido para passar o tempo e pode te arrancar boas
risadas (com toda certeza arrancará mais risadas que “The Big Bang Theory”, mas
falaremos sobre este mais tarde). Além de que, em sua maioria, os atores não
são ruins e conseguem transparecer facilmente a essência de seus personagens.
·
Negativos – Porque ignorar “2 Broke Girls”: Não
existem muitos motivos para fazê-lo, mas o seriado possui seus altos e baixo.
Assim como terão episódios que o farão chorar de rir, existirão aqueles que
despertarão o seu tédio mesmo antes da metade do capítulo. E, na minha opinião,
o Han irrita. Bom, estes são os pontos negativos.
Conclusão:
Embora não seja uma história extraordinária ou necessariamente única, 2 Broke
Girls é uma série gostosa de ser ver e com elementos suficientes para que as
pessoas sintam a realidade bordar os episódios. Na primeira temporada, onde se
vê a adaptação pela qual passa a nova Caroline, a descoberta do sonho de Max e
os problemas que aparecem incessantemente para as duas, é normal se pegar
torcendo para que algo caia do céu e as ajude a conseguir aquilo que tanto
querem.
2 Broke Girls, em minha opinião, vale a pena!
Jorge Castro tem 19 anos, é viciado em livros – e em escrevê-los – e em séries, principalmente aquelas que sabem a hora de parar. Gosta de comédia, romance e praticamente qualquer coisa que envolta o sobrenatural. – Twitter: @Casterjorel |